A geração ansiosa - Resenha crítica - Jonathan Haidt
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A geração ansiosa - resenha crítica

A geração ansiosa Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Psicologia

Este microbook é uma resenha crítica da obra: The anxious generation

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-85-3-593853-1

Editora: Companhia das Letras

Resenha crítica

Os riscos do novo brinquedo

Na virada do milênio, as empresas de tecnologia dos Estados Unidos criaram uma série de produtos revolucionários que exploravam o rápido crescimento da internet. Eram produtos que tornavam a vida das pessoas mais fácil e estavam cercados de um clima de otimismo.

O entretenimento passou a caber na palma da mão. Hoje, uma criança de dois anos já é capaz de manejar o sistema de tocar e arrastar dos smartphones. Isso foi conveniente para os pais, que encontraram uma forma de deixar as crianças quietas e entretidas durante horas. No entanto, o novo brinquedo trouxe consequências não planejadas.

As empresas perceberam que os jovens são uma lucrativa fonte de renda. Então, passaram a usar estratégias psicológicas para manter seu engajamento. Eles fisgaram as crianças nos estágios mais vulneráveis de seu desenvolvimento. O conteúdo viciante reconfigurou a infância em uma escala quase inimaginável.

O cérebro ainda não está pronto

As empresas de tecnologia não são muito diferentes das fabricantes de cigarros do século XX. Elas criam produtos altamente viciantes e depois contornam as leis que limitam a publicidade para crianças e adolescentes. É claro que há diferenças entre o tabaco e os algoritmos.

As redes sociais nos ajudam a encontrar informações, emprego, amigos e relacionamentos. Facilitam a vida de muitas formas diferentes. Muitas pessoas que gostariam que o cigarro fosse extinto não diriam o mesmo do Facebook ou do Instagram. Os viciados em redes sociais ainda são livres para tomar as próprias decisões.

No entanto, não acontece a mesma coisa com crianças e adolescentes. Nosso córtex pré-frontal, o responsável pelo autocontrole e pela resistência à tentação, não alcança sua total capacidade até os vinte e poucos anos. Os pré-adolescentes estão em um ponto ainda mais delicado de seu desenvolvimento.

A geração ansiosa

A geração Z, que marca os nascidos depois de 1995, é a primeira a passar pela adolescência com um portal no bolso, capaz de atrair as pessoas para um universo alternativo, viciante e instável, enquanto afasta aqueles que estão próximos. É um domínio  inadequado para quem ainda está com o cérebro em desenvolvimento.

Para que os adolescentes sejam socialmente bem-sucedidos nesse universo, eles precisam dedicar grande parte da sua consciência a gerenciar sua marca na internet. Isso é um pré-requisito para que sejam aceitos pelos seus pares, algo fundamental na adolescência.

As pessoas da geração Z passam muitas horas do dia navegando pelas publicações de amigos e conhecidos, e cada vez menos tempo brincando, conversando, interagindo com amigos e parentes, ou mesmo fazendo contato visual com eles. São cobaias de uma forma radicalmente nova de crescer.

Os problemas da superproteção no mundo real e subproteção no virtual

A internet mudou a “infância baseada no brincar” pela “infância baseada no celular”. Isso fez com que muitas crianças e adolescentes se mostrassem perfeitamente felizes em passar o dia dentro de casa, na internet. No entanto, elas deixaram de se expor às experiências sociais pelas quais todos precisam passar.

São elas que nos fazem desenvolver habilidades básicas, superar medos e desenvolver independência dos pais. Interações virtuais não cobrem a perda dessas vivências. Crianças e adolescentes ainda têm um acesso não vigiado a conteúdos adultos de forma precoce.

Mesmo com os pais se esforçando para limitar os riscos na vida real, eles concederam livre acesso aos riscos do mundo virtual. Essas duas tendências — superproteção no mundo real e subproteção no mundo virtual — são o que fizeram da geração Z a geração ansiosa.

As reformas para uma infância mais saudável na era digital

Erramos como sociedade quando superprotegemos as crianças no mundo real, fazendo com que não tenham o aprendizado pelas experiências diretas, e deixamos seus cérebros naturalmente vulneráveis e desprotegidos na internet. O autor defende quatro medidas para corrigir isso:

  1. Proibir smartphone até o nono ano escolar, por volta dos 14 anos de idade. Os pais devem adiar o acesso à internet. Se derem celulares aos filhos, que sejam básicos, com apps limitados e sem navegador de internet.
  2. Proibir redes sociais até os 16 anos. As crianças precisam passar pelo período mais vulnerável do seu desenvolvimento cerebral sem acesso ao moedor de autoestima que são as comparações sociais oferecidas pelos algoritmos.
  3. Proibir celulares nas escolas. As escolas deveriam banir, durante todo o período de aula, os celulares, tablets e smartwatches. Só assim, a atenção das crianças e dos adolescentes estará livre para os professores e colegas.
  4. Mais liberdade e independência no mundo real. É assim que as crianças desenvolvem as habilidades que serão úteis para sua vida adulta.

Não seria difícil implementar essas reformas, se as pessoas as pusessem em prática ao mesmo tempo. O custo é baixo. Considerando que a inteligência artificial e a computação espacial devem tornar o mundo ainda mais viciante, o melhor momento para começar é agora.

As pessoas se deprimem quando se sentem isoladas e solitárias

Os smartphones fizeram com que os adolescentes começassem a dedicar mais tempo ao mundo virtual. Hoje, metade dos adolescentes relata passar quase todo o tempo livre em frente às telas. Essa é uma das hipóteses por trás do colapso da saúde mental dos jovens.

Mesmo quando a geração Z dá a impressão de estar fora das redes sociais, ela não está. É comum ver adolescentes que estão fisicamente em uma sala de aula, mas com a mente no próximo post. Muitos adolescentes também se viciam em fóruns, jogos on-line e até em pornografia.

Afinal, os sites são acessíveis a qualquer um, independentemente da idade. Isso fez com que eles perdessem a habilidade de interagir com as pessoas à sua volta. Esse é um fator de risco forte para os problemas de saúde mental, já que as pessoas se deprimem quando se sentem isoladas e solitárias.

A experiência é mais importante do que as informações

Já passamos da metade do microbook e o autor nos conta que brincar é o trabalho da infância. Todas as crianças têm a mesma missão: preparar o cérebro brincando com vigor e frequência. Sofremos prejuízos sociais, emocionais e cognitivos quando somos privados de brincar quando crianças.

A brincadeira física, ao ar livre, com crianças de idades variadas, é a mais saudável, benéfica e espontânea que existe. O pequeno grau de risco físico é o que faz com que as crianças aprendam a cuidar de si e das outras. Elas só podem aprender a não se machucar quando têm liberdade para fazer isso.

A vantagem do brincar livre é o fato de que os erros não têm um custo alto. Precisamos errar para amadurecer e é importante que isso se dê cedo. Os adultos podem oferecer conhecimento útil, mas isso não é o suficiente. É a experiência, não a informação, que leva ao desenvolvimento emocional saudável.

Crianças são como a madeira de reação

Nada da natureza se desenvolve sem algum nível de estresse. As árvores, por exemplo, precisam de vento para crescer de forma apropriada. O vento puxa as raízes das árvores comprimindo a madeira do seu lado oposto. Como resposta, as raízes se expandem e criam uma âncora firme onde for necessário.

Essa estrutura se chama “madeira de reação”. Árvores só se tornam robustas quando expostas a ventos fortes. Isso faz com que se tornem resistentes o suficiente para que suportem ventos ainda mais fortes quando estiverem totalmente crescidas. Se isso não acontecer, elas não aguentam sequer o próprio peso.

É o que acontece com árvores criadas em estufas protegidas, sem exposição aos ventos: elas caem antes de atingir a maturidade. A madeira de reação é a melhor metáfora para as crianças, que também devem ser expostas a fatores de estresse para que se tornem adultos fortes.

Ser feliz é evitar que eventos externos despertem emoções negativas dentro de si

Algumas coisas precisam ser expostas a estímulos estressantes para que se tornem mais fortes. Esse é o conceito de “antifragilidade”. Crianças são antifrágeis. Seu sistema imunológico, por exemplo, precisa de exposição precoce à sujeira, bactérias e parasitas para que se desenvolva. 

Pais que protegem seus filhos em uma redoma de limpeza estão prejudicando o desenvolvimento natural de seu sistema imunológico. O mesmo vale para o “sistema imunológico psicológico”, a capacidade de uma criança de lidar com frustrações, injustiças e contratempos sociais sem se remoer por dentro.

Os estoicos e os budistas ensinaram há muito tempo que ser feliz é evitar que eventos externos despertem emoções negativas dentro de si. O foco não é eliminar os problemas da vida, e sim, aprender a lidar com eles. As crianças precisam se expor às contingências da vida e aprender com elas desde cedo.

Neurônios que são ativados juntos se conectam

O cérebro humano alcança 90% de seu tamanho adulto aos 5 anos. Nesse momento, há uma abundância de neurônios e sinapses. O desenvolvimento seguinte é uma questão de adaptação deles, privilegiando os que são usados com mais frequência.

Neurônios que se ativam juntos se conectam. Isso significa que as atividades que ativam um grupo grande de neurônios fazem com que eles fiquem unidos. Se uma criança cresce jogando on-line ou verificando as redes sociais, essa atividade provocará alterações estruturais duradouras no cérebro.

Isso acontece principalmente quando elas oferecem recompensas. É por isso que mudanças nas experiências da infância levam a efeitos amplos e duradouros. Deveríamos estar especialmente preocupados com essa fase. A alimentação, o sono, e a atividade física são ainda mais importantes aqui.

A grande ironia das redes sociais

Apesar da parte “social” do termo “rede social”, quanto mais as pessoas mergulham nelas, mais solitárias e deprimidas se sentem. Quando os adolescentes começaram a se ver menos e a fazer menos coisas na vida real, sua cultura se transformou. A necessidade de comunhão deixou de ser satisfeita.

A promessa de se conectar com os amigos é atraente entre os adolescentes. No entanto, eles são jogados em um mundo novo, para o qual nosso cérebro não está evolutivamente adaptado. Na internet, ficam sujeitos a um nível de comparação social inédito em toda a evolução humana. 

Também são expostos ao bullying, porque os algoritmos facilitam a agressão e recompensam a polêmica. As estruturas de incentivo distorcidas das redes provocam depressão e outros transtornos. Tudo é piorado pela facilitação do assédio e da exploração no mundo virtual, por parte das empresas de tecnologia que põem o lucro à frente da privacidade.

A vida baseada no celular nos impede de estarmos presentes para o outro

A meditação é uma tradição milenar que envolve sentar, respirar e silenciar a mente. Com nossa vida repleta de telas, esse silêncio fica ainda mais difícil de alcançar. Os monges se afastam da agitação da vida em sociedade e vivem em templos específicos para privilegiar esse estado de paz.

Esse potencial da meditação é o que faz com que ela seja usada como auxiliar em alguns tratamentos para depressão e para ansiedade. Quem alcança o silêncio da mente por dez minutos por dia tem uma diminuição na irritabilidade, estresse e emoções negativas que vêm das pressões sociais. 

Smartphones e redes sociais são a antítese da quietude mental. Uma vida baseada no celular impede as pessoas de estarem totalmente presentes umas para as outras e até em silêncio consigo mesmas. Se quisermos vivenciar os benefícios de uma mente calma, precisamos buscar mais estágios meditativos e menos distrações no smartphone o tempo todo.

Notas finais

“A geração ansiosa” enfrenta o desafio de falar sobre os riscos de uma infância hiperconectada na era da dopamina fácil. Não é uma tarefa simples para os pais moderar o consumo dos filhos quando vários deles também têm dificuldade para diminuir seu próprio tempo de tela.

Dica do 12min

As recompensas fáceis das redes sociais são um dos tipos de gatilhos da dopamina, o neurotransmissor da recompensa. É o que mostra a Dra. Anna Lembke, em “Nação dopamina”. Veja no 12min!

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Quem escreveu o livro?

Jonathan Haidt é psicólogo e professor universitário. Suas principais áreas de estudo são a psicologia da moralidade e a... (Leia mais)

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